
Mudar de instituição raramente é simples. Há novas rotinas, novas pessoas, novos contextos — e um desejo comum: criar ligação.
Para Rita Gaspar, animadora sociocultural, essa transição do Lar São Brás, em Leiria, para a Santa Casa da Misericórdia de Pombal foi mais leve porque reencontrou uma ferramenta que já fazia parte da sua forma de trabalhar: a Sioslife.
“Foi como chegar a uma casa nova, mas com uma amiga à espera. Já conhecia o sistema, sabia onde estava tudo, e isso libertou-me tempo para o que realmente importa — as pessoas.”

Na Misericórdia de Pombal, Rita percebeu que a Sioslife podia ser muito mais do que uma plataforma de atividades — podia ser um caminho para conhecer pessoas fechadas, tímidas ou com dificuldades de expressão.
“Há utentes que nos testam nos primeiros dias, não falam, não sorriem. Então, abro o tablet e começo com algo simples. Uma música, uma missa, um vídeo… e o gelo começa a derreter.”
Foi assim com uma senhora muito reservada, que assistia ocasionalmente à missa na televisão. A diferença é que, com a Sioslife, a experiência tornou-se pessoal e próxima.
“Decidi colocar a missa de Fátima no tablet, só para ela. Quis mostrar-lhe que podia ver e ouvir no seu ritmo, sem distrações. Aos poucos começou a conversar, a rir-se, a partilhar pequenas coisas. Hoje, é ela que me lembra: ‘Rita, não se esqueça que é dia de missa!’ — criámos amizade assim.”
Ainda no Lar São Brás, Rita acompanhava uma utente que viveu muitos anos nos Açores, que sentia saudades da terra e das pessoas que lá viviam. Foi através da app Rede Social da Sioslife que conseguiu criar algo especial: uma amizade digital entre duas utilizadoras Sioslife com histórias cruzadas pelo mar.
“A senhora falava muito dos Açores e de como sentia falta de saber como estava por lá. Um dia pensei: e se tentássemos encontrar alguém de lá com quem pudesse falar?”
Com o apoio da equipa da Sioslife, encontraram uma utente nos Açores, também utilizadora da plataforma, e fizeram uma videochamada.
O resultado foi mágico.
“Foi como se se tivessem reencontrado depois de anos. Hoje, continuam a enviar fotografias uma à outra pela app. Criaram uma amizade à distância, feita de lembranças, risos e saudade boa.”
Para Rita, esse momento mostrou o verdadeiro propósito da tecnologia: aproximar pessoas que nunca se conheceriam.

Com a Sioslife, Rita não precisa de perder tempo a planear atividades nem a imprimir materiais.
“A plataforma tem tudo pronto: jogos, vídeos, músicas, quizzes. Isso liberta-me para estar realmente com os utentes — observar, ouvir, perceber o que precisam.”
Durante as atividades, usa a plataforma como uma ferramenta de observação silenciosa:
“Enquanto jogam ou assistem a vídeos, eu estou a aprender sobre eles. A Sioslife mostra-me quem está mais triste, mais atento ou mais motivado — sem que precisem de dizer uma palavra.”

Ao reencontrar a Sioslife na Misericórdia de Pombal, Rita sentiu que a sua forma de trabalhar pôde continuar a evoluir, sem pausas.
“Não precisei de reaprender nada. Já conhecia o sistema, e isso deu-me confiança para começar logo a dinamizar atividades e a criar ligações. É uma continuidade boa — a tecnologia acompanha-nos, em vez de nos travar.”
No fundo, o que a Ana Rita Gaspar mais valoriza não é o número de atividades realizadas, mas o tempo que ganha para estar verdadeiramente com as pessoas.
O tempo para perceber silêncios, para notar quando um olhar muda, para ouvir uma história que só surge quando alguém se sente em casa.
“A Sioslife ajuda-me a chegar até eles. A tecnologia fica em segundo plano — o que fica é o sorriso, a conversa, a relação.”
E talvez seja esse o maior impacto da Sioslife nas instituições:
Não substituir o toque humano, mas dar-lhe espaço para florescer.
